terça-feira, 7 de agosto de 2012

tomar um pouco de sol

Dizem por aí que um destes dias o português falado no Brasil dará formalmente lugar uma nova língua. É algo inacreditavelmente inventivo e criativo o nascimento de uma nova língua a partir de uma outra que não é uma língua qualquer, mas uma mãe toda poderosa. À oralidade brasileira não lhe falta essa audácia, o tom desafiante de recriar a língua mãe, sempre que esta emperra e teima em não fluir. Em qualquer língua, a oralidade tem por natureza um espírito independente, mas a oralidade brasileira é a mais livre e autónoma de todas as oralidades, anda sozinha, cheia de coragem, a abrir caminhos por onde eles parecem mais cerrados e imutáveis. Sempre vários passos à frente da escrita.

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