quarta-feira, 31 de março de 2010

Segura

Segura é seguramente uma das aldeias mais simpáticas e bonitas que já vi!
Vou a caminho, assistir aos interessantes rituais dos festejos da Páscoa.
Depois conto e trago fotos! ( está no FB  http://bit.ly/b71lon )

Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura
...

Às vezes é bom, às vezes não

Partículas de sal seco a soltarem-se,
aos esses,
pelas costas!
scretch... scretch..

Sal e Cherry

Cherry antipatiza irracionalmente com Sal.
Sal fica tão bem com Cherry.
Agridoce!
hum

Desespero

Grão de areia nos olhos

Arrelia profunda

Ventania que não se sabe de onde vem

Doi, mas é bom

O sol abrasivo a fustigar a pele das costas

Desconforto (I)

Sair da praia com o bikini húmido

terça-feira, 30 de março de 2010

Shlep, Shlep...

Não há gelado (sorvete) que não se derreta quando encontra a língua, mas o de tangerina é demais...

domingo, 28 de março de 2010

Ao José Cardoso Pires

 Olá, Zé!


Na pilha de livros que amontoo na cabeceira, encontrei ‘Lavagante’. Faz parte dos doze ou quinze que vou picando, em leitura cruzada. Substituo-os, de tempos a tempos.
Lembrei-me de te falar nisto, porque sei que nunca chegaste a conhecer ‘Lavagante’ nesta edição que Nelson de Matos preparou e que está na rua há pouco mais de um ano. Irias gostar, eu acho!

Na sessenta e três, onde abri, descreves a chegada da Primavera a Lisboa: a “luz macia”, o “azul fino e alegre”…  Todas as cidades tivessem alguém que fale delas como tu de Lisboa, Zé!  És doce e derretido, mas também triste e implacável, quando tem de ser. Mostras as feridas putrefactas que alimenta e (oh o ciúme...) não te cansas de alertar para os perigos do seu magnético canto de sereia, que tão bem conheces!
Quanto amor há nesse tom desassombrado, cru, sem elogios gordurosos. Na maneira como a olhas de frente, sem medo nem concessões ao que parece mais conveniente. É o que é e tu não foges disso!
Está tudo na tua escrita

Fui buscar ‘Alexandra Alpha’ e o ‘Delfim’. Há que tempos não os via.
Com que requinte trabalhas o texto! És cuidadoso com as palavras e não subestimas os efeitos do seu temperamento. Há ali tempo gasto a descascar ideias, a encadear frases. Não há fórmulas. Há frescura e novidade! Há trabalho!
Gosto como combates a vulgaridade e exiges inteligência na sua forma mais sublime, que é a sensibilidade! Quem não tiver, lê outra coisa!
És culto e interessante, mas passas despercebido, e o que eu gosto disso!
Que bem sabe ler esta escrita limpa e enxuta.

Que bem me está a saber redescobrir-te, Zé.

Obrigada!
Um abraço!

Iolanda

sábado, 27 de março de 2010

Figos

Para o sul da Península apenas seguem os guerreiros mais disciplinados e destemedidos.
Assim ordena o sanguinário Omar, profundo conhecedor dos desvios da brisa cálida que solta o aroma das figueiras, mesmo antes do início do   Verão!

Não me ocorre nada que queira escrever, mas tenho título para isso!

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quinta-feira, 25 de março de 2010

É preciso mais, muito mais!

É falacioso definir-se o estado de evolução de um país tendo como critério o uso de tecnologias, per se. São necessárias décadas para que os efeitos da utilização de tecnologias se façam sentir nos modos e práticas do quotidiano, influenciando de facto o aumento da qualidade de vida. E não resolvem tudo!
Um país pode ter dez milhões de habitantes, cada qual com dois telemóveis, um em cada bolso, mas se se mostra incapaz de salvaguardar o bem estar das crianças e de pôr a funcionar as instituições democráticas, não passa de um país desprotegido e atrasado. O que é pior: disfarçado de evoluído, mas frágil e quebradiço na raíz.
Um país que despreza os seus idosos e discrimina no acesso à educação, ao emprego e na hora da remuneração laboral, não passa de um país bloqueado. Por maior que seja o número de utilizadores de internet e o esforço por implementar projectos inovadores, como eleições governamentais online e afins. Pior: é gente que vive deslumbrada com a ideia de um futuro promissor mas ... minado.
Há muitos países nestas condições. Muitos mais do que se pode julgar!

terça-feira, 23 de março de 2010

Kiev, Austin, Lyon

Nada irrita tanto (a) Austin do que o sentido da expressão com que Lyon d´Aubrac finaliza todos os seus comentários.
Nada irrita tanto (a) Kiev do que a forma repetitiva como Lyon d´Aubrac finaliza todos, mas todos os seus comentários.

Diz Lyon, acto mecânico, naquele tom sempre solene, por tudo e a despropósito: "cada um é como cada qual e contra isso, batatas!"

sábado, 20 de março de 2010

Sábado à tarde

Há diferenças entre estas fotos e não são tão óbvias como, à partida, se possa pensar:

a) indo eu, indo eu , a caminho de Lisboa, encontrei o meu amor...


b) mas eu deixei ali o carro, onde está ?... Juro, deixei ali mesmo!

Primavera

Já há longos meses que estes degraus não se mostravam. Há dias, começaram timidamente a reaparecer, como acontece no final de cada Inverno

sexta-feira, 19 de março de 2010

Lauro e Aniz

O teu cabelo, Aniz, é um poema!

-Provoca-me de tão desalinhado e vivo,
chega a ser insolente

Não é isso, um poema?

Ainda não chegaste e já ele aqui está, a fazer-se notar e a fingir que não.
Selvagem,
como se fosse de ninguém

O teu cabelo Aniz, é mas é um problema!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Pureza e Maria da Graça

Sempre respirou com dificuldade. Um ar pesado e espesso que entra e sai, empurrado. Não chega a ser um som, mas vai e vem em crescendo e é um exército de martelos no cérebro de quem a ouve. Cinco, dez minutos que sejam ao seu lado e já só existe aquilo. A batalha da Pureza com o ar. Que todos ouvem, mas ela desconhece.


Curiosamente, não é a única. De todas a mais próxima, Maria da Graça diz que nunca deu por nada!

quarta-feira, 10 de março de 2010

i bet you think this song is about you, don´t you?

Devia ser a Carly Simon, mas também gosto desta versão

Fauna

Há coisas que me são difíceis de entender: o que leva certas pessoas a cortar as unhas durante a viagem de combóio?  Acontece muito nas linhas suburbanas (a que eu uso). Quase todos os dias, praticamente. Ouve-se um barulho seco, da lâmina a pressionar a queratina,  ora mais forte, ora mais fraco. Parece mesmo o revisor a 'picar' os bilhetes.
O que leva alguém a sair de casa com um corta-unhas? a usá-lo no combóio? assim, à frente de toda a gente... Porque não na estação, enquanto aguarda? nos minutos mortos que restam do intervalo do almoço? em casa???
Hei-de arranjar coragem para meter conversa com um cidadão ( geralmente homens) que corta as unhas no combóio. Suspeito seriamente que haja um motivo. Talvez um desabafo. Um ritual de alivio! Quem sabe?
Tenho é de ter cuidado para não ser atingida na vista!

terça-feira, 9 de março de 2010

Vaidade e paciência qb


 Só não posso é lavar a loiça. Oh, logo hoje que me apetece tanto!!!

Sim, volto!

Caótica, desagradável, frenética, barulhenta, industrial, desordenada, difícil, marítima, misteriosa, sem conversa, usada, carne e peixe.  É assim Casablanca!  E isto pode ser um inferno, mas também um fascínio.
É muito difícil uma cidade ser totalmente desprezível. A não ser as deslumbrantes e mesmo essas... 
Nesta, não se sente régua nem esquadro, mas camadas sobre camadas. Gente que entra e sai e os despojos desse trânsito.
Casablanca não é bonita, isso não, mas... e daí?
-Claro que volto!

segunda-feira, 8 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

sábado, 6 de março de 2010

Hey 'Dude' !


É bem provável que este ano o 'subvalorizado' e especialíssimo Jeff Bridges saia do Kodak Theatre acompanhado pela estatueta dourada. Se vier a acontecer, Jeff passará a ser falado e lembrado pelo papel do anti-herói Bad Blake que interpreta em "Crazy Heart", o que não deixa de ser uma injustiça e, de certa forma, também uma inverdade. Como esquecer Jeff em «O Grande Lebowsky"? Ou em “Texasville”? Ou antes, mesmo muito antes, na pele do febril Duane Jackson, enamorado da lindíssima e muito talentosa Sybill Shepard, em "The Last Picture Show", de Peter Bogdanovitch?
Estes prémios revelam grandes injustiças. Por vezes, também para quem os recebe!