Não há gente simpática por ali. E o tema está longe de ser a alegria de viver!
A câmara não se move e nós, estáticos, o que ouvimos é uma troca de palavras secas numa atmosfera carregada pelo preto e branco. A cena é relativamente curta e os homens, dois, depois três, não querem outra coisa senão saber porque lhes tiram as casas e as terras que cultivam. Ford filma-os em contra-plongê , aumenta-lhes a rudeza dos traços e os semblantes duros de quem sabe que não vai obter respostas. Um destes, dirige-se ao bem vestido que, de dentro do automóvel largou as más notícias e já em desespero, pergunta-lhe: Who´s to blame then? Who´s to blame?
Na América devastada, de 1930, como agora, aqui e um pouco por todo o lado: Who´s to blame?
“The Grapes of Wrath” é tão actual. Tão dramaticamente actual!