Depois de ter acabado de ler "Cruising Paradise", do Shepard, dei
comigo a ler "El Paraíso en la Outra Esquina", do Vargas Llosa, sobre as
vidas aventureiras e nada tranquilas de Paul Gaugin e da sua avó, Flora. As
personagens de Shepard andam pela América, mesmo a América. Lá para
dentro, para o sul castigador, que é imenso e está cheio de ar para
respirar. É uma travessia pelo paraíso, para todos e para os 'agentes do mal',
que os há e muitos.
Já no livro do peruano, o paraíso dificilmente sai
do título. A não ser nos raros momentos em que Koke se liberta do homem civilizado...
Calharam-me estes dois, um atrás do outro. E é isso que tem a sua graça,
porque eu não sou de escolher livros com 'paraíso' no título. E não é comum isto acontecer: a mim ou seja a quem for. Calharam-me e isso é uma coincidência. Um desconcerto, até.
Estava a atravessar a Sidónio Pais, em direcção às sombras das
árvores maravilhosas que moram no
alto do Parque Eduardo VII, quando dei pela repetição das palavras nos títulos dos dois livros. Já depois de os ter lido!
O
que também não deixa de ser curioso logo ali, à entrada dos meus
quinze minutos diários de paraíso.