Sweet,
sweet dreams, Nightmary!
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Ver. Sombras.
Não vi nada, Vi.
Nada !
Não há grande mal nisso,
o Borges também não via nada!
quer dizer,
via sombras, isso dizia que via
e pelas sombras pode-se saber muito do mundo e de quem anda nele.
Não me recordo se pela voz da Ana, da Mercília - não, a Mercília, não! - , ou dele próprio,
o ALA, às tantas, pergunta:
- que senhor é aquele que não faz sombra alguma?
Nada !
Não há grande mal nisso,
o Borges também não via nada!
quer dizer,
via sombras, isso dizia que via
e pelas sombras pode-se saber muito do mundo e de quem anda nele.
Não me recordo se pela voz da Ana, da Mercília - não, a Mercília, não! - , ou dele próprio,
o ALA, às tantas, pergunta:
- que senhor é aquele que não faz sombra alguma?
sábado, 16 de janeiro de 2010
Favas (blaargh) com Chouriço !
"tens que ir trabalhar"
"chego à repartição"
"nem toco a secretária que é tão boa !!!"
"basta um sorriso"
"não sei o que fazer"
"faz-me favas com chouriço"
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Roo, de roer!
Nestes dias, em que aprendi a reconhecer o verdadeiro valor dos diospiros passo algum tempo a apreciá-los. Já não os desprezo, nem um olhar sequer como dantes, são eles que me chamam,
- Olha aqui! Não gostavas, não era?
O ódio que lhes tinha!
Enojavam-me!
E agora a querer vê-los por dentro, a desmanchá-los para espreitar as entranhas, gomos e polpa viscosa, que escorre pelos dedos. Engulo-os!
Os de roer são mais contidos! Reconheço-os pela aparência, mas também por um certo recato.
O que fazes?
Roo um diospiro!
- Esta conversa toda só para escrever a palavra roo!
- Olha aqui! Não gostavas, não era?
O ódio que lhes tinha!
Enojavam-me!
E agora a querer vê-los por dentro, a desmanchá-los para espreitar as entranhas, gomos e polpa viscosa, que escorre pelos dedos. Engulo-os!
Os de roer são mais contidos! Reconheço-os pela aparência, mas também por um certo recato.
O que fazes?
Roo um diospiro!
- Esta conversa toda só para escrever a palavra roo!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
A cidade
Simpatizo, em particular, com esta tela do João (Cristóvão). Com as cores, a sujidade, até a falta de gente. É um lugar estranho! Não se pode afirmar que esteja abandonado! Longe disso. É cor a mais! Gosto de pensar que está assim, aparentemente desocupada, só enquanto a observo. Apago a luz e voltam as pessoas. Trabalhadores de cidade, tac, tac, tac tac, compenetrados, na sua vida mecânica. Deve-se encher de automóveis e do seu cheiro.
Adormeço muitas vezes a pensar nisto. É o último objecto que vejo.
Ó João, que azul é aquele, entornado no chão? Parece uma inundação. Um rio que entra desgovernado, pela cidade!
Adormeço muitas vezes a pensar nisto. É o último objecto que vejo.
Ó João, que azul é aquele, entornado no chão? Parece uma inundação. Um rio que entra desgovernado, pela cidade!
domingo, 10 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Leio ALA, que diz:
... não são as ondas que oiço, é o silêncio no interior das ondas e as vozes que me acompanham desde sempre e mal as vozes se calarem, levanto-me e regresso a casa. Quer dizer, não sei se tenho casa mas é a casa que regresso.
"Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?" (2009)
"Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?" (2009)
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Dar e Receber
Para suportar o rigoroso Inverno catalão, na sua gélida habitação mal vedada, de bairro social decadente nos arrabaldes de Barcelona, Pepe Carvalho, o magnífico e nada inútil, detective privado Pepe Carvalho, acende a lareira fazendo uso (queimando) dos seus muitos e amados livros. Pouco dado a conversas e tagarelices, isso sim, inúteis, Carvalho, o galego mais catalão, passou boa parte da sua existência mergulhado em páginas e páginas, capas, contra-capas, lombadas, livros de bolso e de prateleira, bem e mal escritos, assim-assim, belos, xaroposos, fraudulentos, com amor e guerras, gente bonita e feia, sexo e falta dele – o que faz toda a diferença -, mas todos, todos a cheirar a livros.
Gostava de os ler! E com eles só uma regra: cada um dá e recebe o que há para dar e receber!
Aquecia. E ouvia o crepitar e às vezes estalar mesmo das lombadas mais duras e o quase inaudível fchfchchchchc das letras a irem-se, consumidas, no vazio despropocionado da sala-de-estar. O dia rebobinado e ele a matutar no enigmático caso "Mares do Sul" e na ricaça boazona suspeita (primeiríssima) de ter dado sumiço ao marido, um mistério mesmo, mesmo à medida de Carvalho.
Pensar, exige um mínimo de conforto.
E o fogo consegue ser tão magnético!
Guerra e Paz, Os Idiotas, Cervantes, e o que fosse, desde que cumprissem com o acordado: mantê-lo aquecido! Dar, o que havia para dar!
Haveria de aparecer Charo, a sua Charo, já estafada da ronda da noite e a pedir calor.
______________________________
* Através d’ “Os Mares do Sul” (1979) conheci Manuel Vásquez Montalbán e o seu (alter-ego?), detective privado, Pepe Carvalho. Foi paixão à primeira vista!
É onde se encontra a metáfora dos livros atirados à lareira, que é das mais belas e despretensiosas que já li!
** Este textinho que acabei de escrevinhar dedico-o ao meu muito amigo Joaquim Miranda, através de quem conheci pessoas inesquecíveis, entre as quais, ele próprio e o Vásquez Montalbán!
Um enorme abraço, Joaquim!
Gostava de os ler! E com eles só uma regra: cada um dá e recebe o que há para dar e receber!
Aquecia. E ouvia o crepitar e às vezes estalar mesmo das lombadas mais duras e o quase inaudível fchfchchchchc das letras a irem-se, consumidas, no vazio despropocionado da sala-de-estar. O dia rebobinado e ele a matutar no enigmático caso "Mares do Sul" e na ricaça boazona suspeita (primeiríssima) de ter dado sumiço ao marido, um mistério mesmo, mesmo à medida de Carvalho.
Pensar, exige um mínimo de conforto.
E o fogo consegue ser tão magnético!
Guerra e Paz, Os Idiotas, Cervantes, e o que fosse, desde que cumprissem com o acordado: mantê-lo aquecido! Dar, o que havia para dar!
Haveria de aparecer Charo, a sua Charo, já estafada da ronda da noite e a pedir calor.
______________________________
* Através d’ “Os Mares do Sul” (1979) conheci Manuel Vásquez Montalbán e o seu (alter-ego?), detective privado, Pepe Carvalho. Foi paixão à primeira vista!
É onde se encontra a metáfora dos livros atirados à lareira, que é das mais belas e despretensiosas que já li!
** Este textinho que acabei de escrevinhar dedico-o ao meu muito amigo Joaquim Miranda, através de quem conheci pessoas inesquecíveis, entre as quais, ele próprio e o Vásquez Montalbán!
Um enorme abraço, Joaquim!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
In 'Dobra', Adília Lopes
Mesmo
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito
Poema I
Meter
a
mão
na massa
foder
com
prazer
agradecer
Deus
a
Deus
(adeus)
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito
Meter
a
mão
na massa
foder
com
prazer
agradecer
Deus
a
Deus
(adeus)
domingo, 3 de janeiro de 2010
Muito bravos, é o que somos!
Somos um país de bravos e revolucionários! Gente que se move por ideologias. Basta ver como genuinamente nos preocupam os actuais problemas do Irão, os eternos dramas dos cubanos, ou do Sahara Ocidental. É isto que nos comove verdadeiramente! Inspira os jornais, as conversas e as mensagens das redes sociais, a organização de vigílias... Já a mortandade diária no Iraque, ou no Afeganistão, não nos dizem assim muito... São guerras chatas, que perderam um certo glamour ideológico. Dizer o quê!
Quase meio milhão de portugueses entra em 2010 no desemprego. Famílias devastadas. A ineficácia e o descrédito da Justiça excedem todos os limites de um Estado de Direito. Mas isto não é assim muito inspirador para se fazer barulho a sério e sair em massa para a rua, pois não?
Ainda não!
... já não és, o mundo a meus pés, laralá...
três tristres triges
três tritres trigres
três tistres tigres
...
três tritres trigres
três tistres tigres
...
sábado, 2 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
pinga-amor!
Romeu Sem-Elles, 38, ao Diário de Cuiabá: «Toda a vida fui um pinga-amor e isso prejudicou-me deveras. É uma doença corrosiva, que me impede de seguir um percurso normal e me atira, há anos a fio, para desgastantes sessões de análise.Lutar contra a condição de pinga-amor tem sido a grande batalha da minha existência».
- Desassombrado, este Sem-Elles, não? Isto é praticamente uma lição de vida! Quantos pinga-amor sairão do armário depois de ler isto?
- É! Certos apelidos não condizem mesmo nada com quem os carrega. Por outro lado…, o que explica que esta criatura tenha decidido ir viver para os trópicos?
- Desassombrado, este Sem-Elles, não? Isto é praticamente uma lição de vida! Quantos pinga-amor sairão do armário depois de ler isto?
- É! Certos apelidos não condizem mesmo nada com quem os carrega. Por outro lado…, o que explica que esta criatura tenha decidido ir viver para os trópicos?
Subscrever:
Mensagens (Atom)